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Secretário quer em Pipa centro de convenções

Criatividade. Essa será a palavra chave no trabalho do novo titular da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), o empresário Ruy Gaspar.

Integrante da equipe de secretariado recentemente nomeada pelo governador eleito Robinson Faria, Gaspar traça planos ousados para o Rio Grande do Norte – ele tem como principal bandeira a retomada do status de polo de turismo internacional para o Estado; já a principal dificuldade, afirma, será a adaptação ao lento ritmo de
trabalho do serviço público.

Vindo da iniciativa privada, o novo representante máximo do turismo potiguar sabe que vai precisar exercitar a paciência, antes de qualquer coisa, para vencer a infinidade de trâmites legais necessários para implantar novas medidas no ramo.

Mas Ruy Gaspar afirma estar consciente das diferenças entre os dois mundos e preparado para incrementar substancialmente a indústria turística do RN. O sonho dele é transformar a Setur em “secretaria modelo”.

Ao falar sobre as tradicionais dificuldades financeiras enfrentadas pela administração estadual, especialmente a pasta de Turismo, o próximo titular da Setur retoma sua palavra chave, garantindo que depositará seus esforços em uma gestão criativa, focado na busca de soluções práticas. “Sei das dificuldades, mas gosto de desafios. Evidente que precisarei dos 100 primeiros dias para me ambientar e tomar pé da real situação, mas o novo secretariado foi muito bem escolhido pelo governador, nunca houve uma equipe tão técnica no Governo do Estado. Creio que termos uma integração excelente, o que viabilizará o trabalho de todos de maneira adequada”, declara.

Gaspar já tem, inclusive, dois compromissos agendados como secretário. No fim de janeiro viajará para Madri, capital da Espanha, onde participará da Feira Internacional de Turismo (Fitur).

Em março, será a vez da ITB Berlim, na Alemanha, o maior evento do mundo no setor turístico. Para ele, o que estava faltando na gestão do trade local era justamente investir no marketing junto às grandes operadoras do ramo.

Para solucionar esse entrave, o empresário já garantiu presença nas duas maiores feiras internacionais e, antes mesmo de assumir a secretaria, iniciou os contatos com as principais publicações nacionais do gênero.

Além da ligação com nomes importantes do turismo brasileiro, o escolhido de Robinson para a Setur também já iniciou uma aproximação com empresários europeus do setor com os quais mantém relações comerciais há algum tempo. “São contatos sólidos que tenho enquanto empresário, e que agora trago junto para a gestão da pasta. São pessoas que têm plena confiança no meu trabalho e sabem da minha responsabilidade enquanto administrador. Vamos, aos poucos, retomar a força do turismo potiguar”, projeta.

O “aos poucos” a que se refere Ruy Gaspar se deve ao ritmo cauteloso típico da indústria turística, especialmente no tocante a uma retomada, como é o caso do RN. Segundo ele, é muito mais difícil reconquistar o espaço na preferência das entidades do setor do que construí-lo, ainda mais quando se trata de turismo internacional.
“É uma resposta lenta, a médio e longo prazo. Precisamos plantar as sementes agora para garantir que tenhamos a possibilidade de retomar grandes negociações e colocar o RN no lugar de destaque que o Estado merece no mundo do turismo”, ressalta.

ESTRADA NOVA E CENTRO DE CONVENÇÕES PARA PIPA

Ruy Gaspar é um homem cheio de ideias e planos para o Turismo do Rio Grande do Norte. O principal projeto para o início de sua gestão à frente da Secretaria de Turismo diz respeito à praia de Pipa, segundo ele, uma mina de ouro de potencial ilimitado, mas que precisaser explorada da maneira correta.

Uma ação prioritária para o secretário é garantir a duplicação da pista que liga a cidade de Goianinha até a praia de Pipa, no município de Tibau do Sul. O projeto, inclusive, já conta com recursos da ordem de R$ 20 milhões provenientes de uma emenda aprovada pelo deputado federal Felipe Maia. “Essa é uma medida já projetada,
quero dar andamento a isso o quanto antes. Tenho também a ideia de construir um centro de convenções naquela região para explorar também o turismo executivo e incrementar a ocupação hoteleira nos períodos de menor movimentação, como meio de semana e a baixa estação”, pontua.

Aliás, falando no assunto, outra iniciativa que o próximo secretário promete acompanhar de perto é a ampliação do Centro de Convenções de Natal, que teve a ordem de serviço assinada poucos dias atrás, em meados de dezembro.

A obra, com orçamento previsto de R$ 30 milhões – recursos do Governo Federal, por meio do PAC Turismo – permitirá que o espaço receba eventos de grande porte, visto que terá sua capacidade ampliada para sete mil pessoas.

Não há, contudo, previsão oficial para conclusão do empreendimento.
A avenida Dinarte Mariz (Via Costeira), onde estão localizados o Centro de Convenções e os principais hotéis do Estado, também é objeto de preocupação de Ruy Gaspar.

Segundo ele, “é imprescindível que se chegue a uma definição sobre quem manda ali. Aquela área envolve interesses federais, estaduais e municipais, então o governador precisará ter a iniciativa de sentar com os demais representantes do Executivo para definir competências no local. Só então, a pasta de Turismo poderá se articular para pensar no que pode ser feito na área”.

Questionado sobre possíveis projetos futuros para a via, considerando que Robinson Faria consiga administrar o conflito de interesses no trecho, Gaspar é cauteloso e diz que prefere esperar antes de projetar algo ali, mas, de antemão, afirma que a forma como a pista foi duplicada não lhe agrada.

“Eu acho que o serviço não ficou como deveria, penso que poderia ser melhorado, mas isso depende, como disse, da resolução que só o governador poderá alcançar”, exime-se.

Outro assunto relacionado à Setur que vem gerando muita discussão é a migração das operações do antigo Aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim, para o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, no município de São Gonçalo do Amarante.

O próximo gestor da pasta sai em defesa da nova estrutura, especialmente devido ao fato de que o terminal recém inaugurado tem estrutura para ampliar suas atividades em até 200%, caso seja necessário.

“Evidente que a curto prazo gera alguns transtornos. A localização do Augusto Severo era melhor, indiscutivelmente, mas o aeroporto novo nos dá margem para crescer, além de ser extremamente moderno e bem equipado. É uma estrutura fantástica e vamos trabalhar em cima disso”, anuncia.

Quanto ao terminal do antigo aeroporto de Parnamirim, objeto de muitas polêmicas ao longo de 2014, Ruy Gaspar admite que não tem um posicionamento definido. Segundo ele, a Setur está aberta a conversar com o trade e receber sugestões para uma possível reutilização da estrutura.

Em tempo, a Aeronáutica já manifestou o interesse em instalar um centro de formação de pilotos, no local. Quanto ao problema da distância até o terminal de São Gonçalo do Amarante, Gaspar diz que sugeriu à pasta de Infraestrutura que o VLT de Extremoz recebesse uma ramificação que levasse o veículo até o aeroporto, mas os técnicos informaram que os custos altos demais, de maneira a inviabilizar tal projeto. “De qualquer maneira, fica a sugestão. Um estado como o Rio Grande do Norte precisa fazer jus ao seu extremo potencial turístico. Para retornar ao status de potência turística, precisamos ter um transporte de qualidade, então continuarei
sugerindo que sejam feitos investimentos na área”, frisa.

Fonte: Novo Jornal

Publicado em 29 de dezembro de 2014
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