Até meados de fevereiro, o Aeroporto Internacional Gov. Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, terá uma movimentação extra de 300 voos. A informação foi confirmada pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), que detalhou a numeração de voos adicionais das companhias que operam no terminal aeroportuário potiguar (veja box). Apesar das operações extras, o custo dos bilhetes aéreos para Natal continuam entre os mais caros do país, o que diminui a atração de turistas e não contribui para a ampliação do uso do aeroporto. A tentativa encontrada pela ABIH/RN para mudar essa situação foi investir em campanhas.
Conforme José Odécio, uma parceria da ABIH/RN com a CVC Viagens e Turismo e Livelo (operadora de cartão) que custou R$ 200 mil, deverá ampliar a participação de turistas no Rio Grande do Norte ao longo de 2019. Além dessa campanha, a Associação firmou compromisso com a Azul Viagens com o objetivo de atrais turistas da região Sudeste para Natal e cidades turísticas próximas, como Pipa. De acordo com José Odécio, o número de pacotes vendidos pela Azul Viagens para o Rio Grande do Norte aumentou cerca de 30% desde o início da campanha ‘Tudo Começa Azul’, em setembro passado. “São campanhas importantes porque podemos ampliar a demanda e o número de voos para o Rio Grande do Norte. Nosso objetivo é retomar o voo direto de Campinas, que trará mais turistas daquela região. Mas essas ações precisam ser continuadas. Nenhum destino se sustenta com ações esporádicas”, frisa.
Apesar do esforço da ABIH/RN, um problema de complexa resolução causa dor de cabeça aos operadores de turismo locais: o custo das passagens aéreas para e saindo de Natal. Nem mesmo a redução do percentual do ICMS que incide no querosena de aviação no Estado de 25% para 12% ampliou a malha aérea e a movimentação no aeroporto da Região Metropolitana.
De acordo com o operador de turismo Paulo Sérgio Marques, da Cammar Turismo, se não fossem os turistas regionais as agências teriam sofrido prejuízos maiores ao longo deste ano no Rio Grande do Norte. “Em 2018, não tivemos bons resultados. Nós conseguimos manter uma certa movimentação por causa dos turistas regionais, que se movimentação via terrestre, de carro ou ônibus. A gente não consegue trazer mais turistas via aérea por causa do alto custo das passagens”, reforça. O presidente da ABIH/RN, José Odécio, defende a abertura do mercado da aviação comercial civil para que a concorrência aumente e os preços das passagens aéreas reduzam no país.
“Eu acredito na economia de livre mercado. As companhias aéreas brasileiras tem um lobby fortíssimo junto ao Congresso Federal. Conseguiram aprovar a cobrança de bagagens, a venda de lanches, a marcação de assentos e, mesmo assim, o custo das passagens não diminuem. É preciso abrir os céus brasileiros para a concorrência e entrada das empresas de low cost, que são comuns na Europa”, defende. Ele cita, ainda, que há uma disparidade “gigante” em relação à carga tributária do querosene de aviação no Brasil. Para voos internacionais, a alíquota é zerada. Para voos domésticos partindo de São Paulo, por exemplo, o percentual que incide é de 25%. “Onde está a coerência disso?”, indaga.
Voo Charter
Em janeiro de 2019, o trade turístico potiguar, capitaneado pelo Sistema Fecomércio/RN, deverá lançar o voo charter que ligará a capital da Holanda, Amsterdam, ao Rio Grande do Norte através de voos fretados em evento na cidade europeia. O início da operação é previsto para novembro de 2019, com duas frequências semanais. <br><br>“Nós reabriremos o mercado da Europa do Norte e aumentaremos a frequência de europeus. Abriremos novos horizontes para o turismo potiguar. É um trabalho que não pode parar”, enfatiza José Odécio. Para viabilizar a operação com a empresa holandesa Corendon, a Prefeitura de Natal investiu 100 mil dólares e o Governo do Estado, 200 mil dólares.
O presidente do Sistema Fecomércio/RN, Marcelo Queiroz, se reuniu com o prefeito de Natal, Álvaro Dias, para tratar do assunto em outubro deste ano. “Semanalmente serão 360 passageiros, ou seja, serão 1,5 mil turistas por mês, cerca de 9 mil ao longo de todos os seis meses de operação. Estima-se que cada turista irá gastar aqui algo em torno de 170 euros por dia. Ficando, em média, 14 dias aqui, seriam 2.380 euros por turista ou um total de 22 milhões de euros (ou R$ 88 milhões) movimentados pelos visitantes em seis meses. Um incremento considerável para o setor que é um dos pilares da nossa economia”, pontuou Queiroz à época.