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Natal volta à lista dos destinos mais procurados

TNO renascimento de Natal como destino turístico é observado a partir de pesquisas: de acordo com levantamento feito pelo site internacional de viagens Trip Advisor, a capital potiguar foi o 9º entre os dez destinos mais procurados por brasileiros para as férias de junho. Embora ainda possua a passagem aérea mais cara do Nordeste, a cidade tem preços competitivos na hotelaria e no gasto total diário por turista.

Segundo o levantamento, o destino mais procurado para as férias dentro do país ainda é Gramado, no Rio Grande do Sul, e em segundo Rio de Janeiro. Para o Nordeste, o custo é superior a R$ 1 mil. No comparativo com Fortaleza, a capital potiguar tem o valor mais caro da passagem (R$ 1,1 mil), mas custo global per capita menor (R$ 3,1 mil). No Ceará, o valor da passagem (R$ 1 mil) é compensado em mais R$ 700 pelos gastos com alimentação, transporte e turismo na cidade.

Para a porta-voz do Trip Advisor no Brasil, Cláudia Martinelli, a crise econômica não tem impactado a intenção de viagem do brasileiro: 52% dos viajantes responderam que têm um orçamento maior para turismo em 2015. “Mas pelas pesquisas vemos que a questão do preço ainda é a questão na hora de decidir a viagem. Quanto mais alto o custo, mais isso influencia na questão do destino. Fortaleza e Natal estão bem parecidas nisso”, apontou Cláudia.

163372Embora o destino Natal ainda seja considerado caro, agências de viagens que trabalham na região Nordeste têm sentido uma redução. De acordo com a CVC Viagens, maior agência do brasil, houve um crescimento de 14% na procura por viagens para Natal durante o primeiro trimestre de 2015, se comparado ao mesmo período do ano passado. O movimento é visto pela companhia como uma recuperação, visto que no ano passado a capital perdeu 12% em turistas durante  o ano – a movimentação total foi de 190 mil turistas no ano. O retorno para a economia local chegou a R$ 120 milhões.

Durante os três primeiros meses de 2015, Natal subiu para o 4º destino mais procurado do Nordeste, passando Alagoas. O incremento no market share da companhia foi de 2% somente com as vendas da capital potiguar. De acordo com Claiton Armelim, diretor de produtos nacionais da CVC, o impacto nos preços das passagens aéreas ainda é considerado modesto.

“Em alguns vôos, chegamos a 12% a 15%, principalmente em roteiros longos. E isso em datas muito específicas”, afirmou Armelim.

Para contornar os custos, a companhia investe em fretamentos de aeronaves e nos chamados block charters, ou mini-fretamentos. Somente em block charters junto à  TAM Linhas Aéreas, são três mil assentos semanais destinados para turistas em visita à Natal. A companhia trabalhou seis vôos fretados na alta estação e quatro para as férias de meio do ano. A economia chega a 25% em alguns casos, segundo Armelim.

Durante o Motores do Desenvolvimento, na última segunda-feira (8), o diretor de produtos nacionais reafirmou o interesse da companhia em investir na capital. A meta é trazer mais 50 mil turistas à cidade até janeiro de 2016.

“Nós ficamos três anos em um período de reestudo do destino Natal. Não tínhamos malha aérea forte – a cada semana uma companhia retirava um vôo – e tínhamos um aumento do preço da passagem. E, é importante que se diga, cada vez mais o turista está atento a esses preços. Hoje o turista tem a noção: qual o valor que posso pagar por essa viagem?”, aponta Armalim.

Para Claiton Armelim, outra solução foi a parceria com a rede hoteleira para “congelamento” das diárias praticadas durante o ano passado.

A regional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih/RN) afirma que não houve congelamento, mas admite que a rede hoteleira tem trabalhado para diminuir os valores. Entre 2014 e 2015, a taxa de leitos ocupados chegou à média de 60%.

“A rede hoteleira já vem dando uma contribuição muito forte. O sacrifício maior, com a passagem cara, está na conta dos hotéis. A gente espera que com a redução do ICMS, nosso destino passe a ser mais atrativo para as pessoas viajarem e as companhias tendem a mexer na malha”, pontua Márcio Miranda, diretor executivo da Abih. “Nós temos hoje a rede a melhor rede hoteleira do Nordeste, com 42 mil leitos no RN. Temos uma cadeia com capacidade para abraçar o turista amanhã se ele chegar”, acrescentou.