Com um prejuízo de R$ 1,5 bilhão no período que compreende abril de 2020 e fevereiro deste ano, o turismo, um dos maiores setores econômicos do estado, está à beira da falência e levando milhares de pessoas ao desemprego e a fome. “Ter que ouvir de um ex-funcionário a seguinte frase: ’Eu preferia mil vezes contrair o vírus a ter que deixar de levar comida para casa’ é uma das coisas mais angustiante que eu já ouvi!”, comentou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), Abdon Gosson.
Especificamente, cerca de 80 mil profissionais formais do turismo estão nas estatísticas do desemprego no setor, entretanto, esses dados não levam em conta os outros milhares de empregos informais que dependem direta e indiretamente do turismo no estado, a exemplo dos ambulantes, motoristas, vendedores de comida de praia, fornecedores, etc, o que somaria um número muito maior e assustador.
Para se ter uma ideia do que isso representa, entre abril de 2019 e fevereiro de 2020, houve uma arrecadação de R$ 2,5 bilhões. O montante apurado entre abril de 2020 e fevereiro deste ano foi de R$ 971 mil. Informações da Câmara Empresarial do Turismo (CET), órgão vinculado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio).
Os representantes do setor têm buscado junto aos Poderes soluções para reerguer o turismo potiguar diante de um quadro tão grave e que já completa um ano sem qualquer solução concreta para o segmento, segundo Abdon Gosson: “Nossa luta é pela vida. Precisamos preservar tanto aqueles que estão na fila à espera de uma vaga na UTI, quanto os que precisam comprar o pão de cada dia. A miséria é uma doença tão grave quanto a que estamos enfrentando nessa pandemia e por isso faço um apelo genuíno aos órgãos públicos para que olhem para essa situação com uma consideração urgente. E isso significa a aceleração da disponibilidade da vacina, pois ela é a única que pode nos tirar dessa situação e salvar as vidas e os empregos.”.
“Fechar e brigar por protocolos não adianta nesse momento sendo que o problema já está acontecendo. Os ambientes turísticos, e com isso falo sobre os hotéis, bares, restaurantes e praias, já se provaram serem lugares seguros se seguidos corretamente das regras sanitárias que já estão implantadas e sendo respeitadas. Pedimos por uma fiscalização mais ampla com punições aos estabelecimentos que não estejam cumprindo os protocolos da forma que deve ser, e não o fechamento.”, ressaltou Abdon.