A partir do próximo dia 1º de fevereiro, a taxa de visitação ao Forte dos Reis Magos, na Praia do Forte, em Natal, será reajustada de R$ 5 para R$ 10. Apesar do aumento, a gestão pública do espaço segue enfrentando desafios, o que reacendeu o debate sobre a viabilidade de uma Parceria Público-Privada (PPP) para administração do equipamento. A proposta tem o apoio de lideranças do setor turístico, que enxergam na iniciativa uma alternativa para modernizar o espaço, garantir sua conservação e fortalecer o turismo local.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH-RN), Edmar Gadelha, investimentos privados são essenciais para ampliar o potencial do Forte e da área de seu entorno. “Pode desempenhar um papel estratégico no fortalecimento do turismo, atraindo novos investimentos, tornando o equipamento viável e sua operação superavitária, o que permitiria um resultado mais eficiente e melhorias na manutenção, gerando empregos e consolidando o Rio Grande do Norte como um destino de destaque no Brasil e no mundo”, afirmou.
A proposta de concessão também é defendida pela presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do RN (SHRBS-RN), Grace Gosson. Para ela, as PPPs oferecem uma solução eficiente para preservação e desenvolvimento sustentável de patrimônios históricos. “A entrada de recursos privados possibilita a restauração e conservação do patrimônio, mantendo-o em bom estado. O desafio está em equilibrar o acesso público, com tarifas acessíveis aos visitantes, e o desenvolvimento sustentável”, destacou.
Gosson citou como exemplo positivo a administração da fortaleza de Fernando de Noronha por meio de uma PPP, que viabilizou eventos e novas formas de utilização do espaço. “Além de melhorar a infraestrutura, a iniciativa amplia as possibilidades de uso, como realização de casamentos e eventos, gerando mais turismo, renda e emprego. É um círculo virtuoso!”, pontuou.
O Forte de Nossa Senhora dos Remédios, localizado em Fernando de Noronha, foi repassado ao Consórcio Dix/Pentágono/IDG em 2022. O grupo, também responsável pela gestão do Paço do Frevo, no Recife, e do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, apresentou proposta para pagar R$ 238 mil por mês na licitação. Com isso, ganhou o direito de explorar comercialmente o forte, com a instalação de lojas, cafés, livrarias, entre outros serviços, e também incluir na programação, durante todo o ano, atividades culturais, como exposições, apresentações teatrais, concertos e lançamentos.
Portaria dobra valor do ingresso
O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e da Fundação José Augusto (FJA), reforçou que o reajuste na tarifa para acesso ao forte (de R$ 5 para R$ 10) busca equilibrar a democratização do acesso ao equipamento com a sustentabilidade financeira do espaço. Conforme o diretor da Fundação, Gilson Matias, os valores arrecadados são destinados à manutenção e melhoria do equipamento histórico e de seu acervo. “A iniciativa busca equilibrar a democratização do acesso ao equipamento com a sustentabilidade financeira e a valorização do patrimônio histórico e cultural”, declarou Matias.
Apesar de ser compreensível o reajuste regular, o presidente da ABIH-RN, Edmar Gadelha, sugeriu contrapartidas para justificar o aumento de 100%. “O aumento deve ser acompanhado de melhorias efetivas na promoção, divulgação e operação do espaço. Após dois anos fechado para reforma, o Forte foi reaberto, mas ainda carece de aprimoramentos que tornem sua visitação mais atrativa e funcional”, acrescentou.
O Governo mantém a gratuidade para moradores da capital que comprovem residência e para estudantes de escolas públicas e guias de turismo cadastrados. Aos pagantes, seguem garantidos os benefícios de meia-entrada para estudantes, professores, idosos, crianças acima de 12 anos, pessoas com deficiência, doadores de sangue e medula óssea, e jovens inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais.
O Forte dos Reis Magos, que recebe cerca de cinco mil visitantes por mês, permanece aberto ao público de terça a domingo, das 8h às 16h, com exceção de datas como 1º de janeiro, 25 de dezembro e dias de eleições gerais. Para visitas de grupos e escolas, é necessário agendamento prévio por e-mail junto à Fundação José Augusto.
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