O aumento da longevidade e a queda no percentual de nascimentos da população têm provocado mudanças que passaram a chamar atenção do poder público e, agora, do mercado. O mundo tem hoje 962 milhões de pessoas com mais de 60 anos e, até a metade deste século, serão 2,1 bilhões, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Esse processo demográfico tem alta de 3% ano após ano e essas pessoas mais maduras representam quase 20% do consumo, movimentando cerca de R$ 1,6 trilhão. Nesse sentido, o Turismo ainda tem que se preparar para atender melhor e desenvolver produtos específicos a esse público.
As Pipe Social, uma empresa que mapeia negócios de impacto socioambiental, e a consultoria de marketing especializada no consumidor sênior Hype 60+, realizaram um estudo inédito com 2.242 pessoas, chamado Tsunami Prateado. O material reúne tendências de consumo e estilo de vida dos brasileiros que têm acima de 60 anos.
VIAJANTE SÊNIOR
Em relação ao Turismo, 79% acreditam que a viagem simboliza o imaginário da aposentadoria. Ao considerar os tipos de viagens mais valorizadas aparecem o Turismo religioso, de saúde (termais), experiências únicas, incluindo vinhedos, e as viagens familiares em grupo. Os que mais viajam entre os “prateados” têm até 74 anos, são das classes mais altas e da região Centro-Oeste.
“Observamos que a partir dos 70 anos há uma preferência por períodos mais curtos de viagem e principalmente com grupos de amigos. Em São Paulo, por exemplo, observamos o Sesc organizando roteiros curtos de fim de semana, e todos adoram. A lógica da gratuidade e descontos também é relevante na escolha desse consumidor, que busca novos conhecimentos”, explica a cofundadora da Pipe Social, Livia Hollerbach.
A pesquisa revela que 69% viajam pelo menos uma vez ao ano, sendo 68% na companhia de cônjuge e familiares, 75% organizam a própria viagem e 74% pagam o valor integral. A média de tempo da viagem é de 15 dias e 33% viajam em finais de semana. Além disso, 32% viajam por uma semana e 28% por um período de 8 a 15 dias.