Embora a presença argentina seja comemorada pelo trade turístico, o impacto será a longo prazo, de acordo com representantes do setor. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/RN), mesmo que a nova rota represente uma retomada, o impacto será discreto, inicialmente.
“Um vôo semanal tem um impacto de forma muito discreta no setor de bares e restaurantes. São 200 pessoas em uma semana”, analisa o diretor-executivo da Abrasel, Max Fonseca. Entretanto, ele reconhece que a demanda reprimida que existia pela cidade. “A gente não pode dizer que o RN tem, hoje, um turismo internacional, mas era interessante o desejo do argentino de conhecer Natal. A presença dos argentinos, se você pensar, até o verão de 2012 era muito forte, principalmente em Pipa”, acrescenta.
O Governo do Estado aposta no perfil dos argentinos para reacender o interesse estrangeiro. Além de serem freguesia certa do turismo brasileiro – representaram 30% do total de turistas estrangeiros que visitaram o país em 2014 –, os argentinos gostam de “desbravar” as outras áreas. De acordo com representantes do setor, duas praias que têm caído no gosto do argentino: São Miguel do Gostoso e Pipa.
Em Pipa, de acordo com a Associação Brasileira de Hotéis (Abih/RN), as reservas na rede hoteleira já iniciaram, embora ainda de forma tímida. Segundo o presidente da associação, José Odécio Júnior, é preciso trabalhar ainda o preço da passagem aérea e a divulgação para garantir que os players argentinos (agências de viagem, por exemplo) se mantenham interessados em vender o destino.
“Divulgar é algo que precisa estar no orçamento do Estado. Outros governos utilizaram o recurso da Emproturn para promover eventos nas praias do RN, e sim para promover fora do estado. Você não pode achar que vai atrair turista sem divulgar. Natal compete com Fortaleza, Recife e Maceió, que nos últimos seis anos entrou pesado nisso”, avaliou. “Um novo vôo não vai lotar hotéis de Natal ou do RN, mas eu acredito que o mercado vai responder.”
O hotel Vila do Mar, por exemplo, trabalha junto ao público argentino há quase 30 anos. Embora a presença dos hermanos seja recorrente no hotel, não houve nenhuma reserva para o vôo desta semana. “É muito cedo para falarmos da retomada. Isso passa pela valorização do dólar e a retomada da conectividade. De operadora, passageiro normal, não tem ninguém chegando, até porque o lançamento comercial do vôo ficou muito em cima, e ele só foi estar no site do vôo, à venda, há duas semanas”, pontuou.
Fonte: Tribuna do Norte