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Loja e café colonial em igreja tricentenária viram atrativo turístico em São Gonçalo do Amarante

Natal – Polo da cultura popular, terra da romanceira Dona Militana, dos Mártires e do artesanato feito de barro, o município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, ganhou um motivo a mais para visitação. A construção barroca da Igreja Matriz de São Gonçalo, construída em 1710 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passou a abrigar um café colonial e loja colaborativa de artesanato para destacar a riqueza cultural do município. Um espaço para ver, sentir e provar.

O espaço foi inaugurado nesta quarta-feira (15) e faz parte das ações do projeto Cidade Empreendedora, do Sebrae, que, especificamente em São Gonçalo do Amarante, engloba o projeto Lugares de Charme. Essa ação transforma cafés, restaurantes e espaços públicos de cidades turísticas a partir da intervenção do design social e afetiva feita pela consultora e designer Cris Ribeiro.

Denominado São, o café está instalado no anexo da igreja e reúne uma coleção de 120 peças elaboradas por grupos de artesãos e artistas locais, que tinham habilidade mas nunca haviam trabalhado com artesanato. O grupo formado por 30 artesãos foi capacitado pelo projeto e o resultado está exposto e à venda no local, que teve toda a ambientação baseada na iconografia sociocultural da cidade. A proposta do café é também trabalhar a ancestralidade da comida, resgatando elementos da cultura alimentar do povo negro. A ideia é que o turista possa saber mais da cultura do lugar, experimentar os sabores e levar peças do artesanato local.

Todo o trabalho foi desenvolvido a partir do resgate da essência e identidade cultural do lugar, fomentando o empreendedorismo social, inovação e sustentabilidade. Além do São, dois restaurantes da cidade – incluindo um no memorial dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu – também receberão as intervenções do projeto para aumentar o potencial turístico da região.

O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulo Emídio de Medeiros, destaca o fato de a loja colaborativa e café colonial ser o primeiro equipamento do país nesses moldes a ser instalado em um prédio tricentenário e tombado pelo Iphan devido a sua importância histórica e arquitetônica. “Estamos fazendo história. Somos a única cidade do Brasil a ter uma loja desse modelo e um espaço para receber a todos os visitantes”.